Levantamento do perfil sanitário de rebanhos de ovinos Morada Nova variedade branca no semiárido nordestino

  • Autor
  • Wanderson Lucas Alves dos Santos
  • Co-autores
  • Débora Andréia Evangelista Façanha , Jael Soares Batista , Josiel Borges Ferreira
  • Resumo
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    A Raça Morada nova possui duas variedades reconhecidas pela Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO): a vermelha e a branca, estando a última em processo de extinção pelo baixo interesse dos produtores que alegam a pelagem branca fator limitante frente às particularidades das condições semi-áridas. A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) vem desenvolvendo pesquisas a fim de identificar a susceptibilidade da variedade branca às principais enfermidades dos ovinos e, assim, promover a conservação desse importante recurso genético. Inicialmente, o plano de trabalho objetivou o levantamento do perfil sanitário dos ovinos da raça Morada Nova Branca em rebanhos do Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba, porém sofreu alterações motivadas pela pandemia da Covid-19 e do surto que levou à mortalidade de 28 animais do Núcleo de Estudos Pesquisa em Pequenos Ruminantes – NEPPR. 15 animais foram submetidos à necropsia e fragmentos do encéfalo, rim, pulmão, coração, baço, duodeno, rúmen e fígado coletados, fixados em formol a 10% e enviados ao Laboratório de Patologia Veterinária da UFERSA, processados de forma rotineira e submetidos à coloração de hematoxilina e eosina (HE). Os animais foram transferidos para a Ala de Grandes Animais do Hospital Veteninário Jerônimo Dix-Huit Rosado Maia – HOVET/UFERSA, apresentando sintomatologias diversas, variando de acordo com cada indivíduo: anorexia, fraqueza e prostração em decúbito esternal que evoluía para decúbito lateral, culminando ou não no óbito; apatia, dispneia, timpanismo e diarreia aquosa. Alguns animais desenvolveram sintomatologia nervosa acompanhada de tremores, opistótomo, convulsões e movimentos de “pedalagem”. Enquanto outros indivíduos apresentaram morte súbita. Às alterações post mortem durante o exame necrópsico, observou-se que os animais possuíam escore corporal variando de bom a regular. Na cavidade abdominal: impactação do conteúdo ruminal, sulfusões hemorrágicas na cápsula renal e do fígado; serosa do intestino hemorrágica com presença de conteúdo muco-sanguinolento, principalmente no duodeno. Na cavidade torácica: hidrotórax, hemorragia e edemas pulmonar; sulfusões hemorrágicas pericárdicas e hidropericárdio. Encéfalo: edema cerebral; necrose focal simétrica (encefalomalácia focal simétrica - EFS) em tálamo, hipocampo e pedúnculos cerebrais, caracterizada por área amolecida (0,5 – 1,0 cm), de coloração cinza-amarelada. A partir da observação macroscópica da EFS em um dos encéfalos confirmou-se por meio do exame histopatológico a causa mortis por enterotoxemia por Clostridium perfringens. Surtos dessa doença ocorrem no início do período chuvoso em rebanhos com deficiência vacinal e alimentação rica em proteína, favorecendo o desenvolvimento de C. perfringens (bactéria comensal do intestino dos animais) e suas toxinas; ocasionando mortalidade elevada, queda na produção e perdas econômicas. Diante do exposto é importante alertar produtores e instituições que mantém animais para fins de pesquisa sobre a importância do manejo sanitário para prevenção dessas enfermidades, a partir de medidas profiláticas iniciadas com a limpeza adequada das instalações, alimentação balanceada e, principalmente, aplicação de calendário vacinal rigoroso, observando a validade, modo correto de aplicação, dosagens e reforços para cada tipo de vacina, pois descobrir as principais enfermidades que resultam na mortalidade da raça é um dos primeiros passos para o reestabelecimento do seu efetivo e, portanto, sua conservação.

     

  • Palavras-chave
  • Clostridiose, Enfermidade, Ruminantes
  • Área Temática
  • Ciências Agrárias
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